Os Riscos da Episiotomia e as Recomendações do Ministério da Saúde do Brasil

A episiotomia é um procedimento cirúrgico realizado durante o parto vaginal que consiste em um corte no períneo para ampliar a abertura vaginal. Embora historicamente tenha sido amplamente utilizada para prevenir lacerações graves e facilitar o parto, pesquisas recentes e diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil destacam os riscos associados à prática e reforçam a necessidade de restrição a casos específicos. Neste artigo, abordamos os principais riscos da episiotomia e as recomendações para sua realização.

Os riscos da episiotomia

Impactos físicos

Embora a episiotomia possa ser necessária em situações de emergência, ela apresenta riscos significativos que incluem:


  • Dor pós-parto: O corte pode causar desconforto prolongado e dificultar a recuperação;
  • Risco de infecção: A incisão pode ser um ponto de entrada para bactérias;
  • Possíveis complicações: Como sangramento excessivo, hematomas e dificuldades na cicatrização;
  • Lacerações extensas: Em alguns casos, o corte pode progredir para lacerações de terceiro ou quarto grau, atingindo o esfíncter anal.

Impactos emocionais

Além das conseqüências físicas, a episiotomia pode causar impactos emocionais significativos, como:

  • Sentimentos de perda de controle durante o parto;
  • Trauma psicológico relacionado à dor e à recuperação;
  • Dificuldades em retomada da vida sexual.

Recomendações do Ministério da Saúde do Brasil

Uso restrito e baseado em evidências

O Ministério da Saúde do Brasil segue as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomendam que a episiotomia não seja realizada de forma rotineira. O procedimento deve ser restrito a situações em que seja claramente necessário, como:

  • Sofrimento fetal que exija aceleração do parto;
  • Partos vaginais operatórios, como o uso de fórceps ou vácuo-extrator;
  • Risco iminente de lacerações graves.

Priorização do parto humanizado

As diretrizes também enfatizam a importância de uma abordagem humanizada no parto, que inclui:

  • Protagonismo da mulher nas decisões sobre o parto;
  • Liberdade de movimento e escolha de posições durante o trabalho de parto;
  • Uso de técnicas não invasivas, como massagem perineal, para reduzir a necessidade de intervenções.

Treinamento de profissionais

O Ministério incentiva a capacitação de equipes de saúde para que adotem práticas baseadas em evidências, reduzindo a realização de episiotomias desnecessárias e promovendo cuidados respeitosos e seguros.

Alternativas para reduzir a necessidade de episiotomia

Boas práticas assistenciais

Adotar medidas como:


  • Massagem perineal durante a gravidez e no trabalho de parto;
  • Uso de compressas mornas para aumentar a elasticidade do períneo;
  • Incentivo ao trabalho de parto em ambientes confortáveis e com liberdade de movimento.

Informar e empoderar as mulheres

As gestantes devem ser informadas sobre os riscos e benefícios da episiotomia, para que possam tomar decisões conscientes e informadas.

A episiotomia é um procedimento que deve ser realizado apenas quando absolutamente necessário, conforme preconizam as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil. Reduzir sua indicação indiscriminada é essencial para garantir um parto mais seguro e respeitoso, promovendo o bem-estar físico e emocional das mulheres. Apostar no parto humanizado e em práticas baseadas em evidências é um caminho para transformar a experiência do parto no Brasil.

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